Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (nwt, pt_BR, 2015)

Marcos

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Segundo Marcos, 14

1 Dali a dois dias era a Páscoa e a Festividade dos Pães sem Fermento. E os principais sacerdotes e os escribas estavam procurando um modo astucioso de*1 prendê-lo*2 e matá-lo.

  1. Ou: “por meio de uma trama”.

  2. Ou: “pegá-lo”.

2 Pois diziam: “Não durante a festividade; talvez haja um alvoroço entre o povo.”

3 E, quando ele estava em Betânia, comendo*1 na casa de Simão, o leproso, chegou uma mulher com um frasco de alabastro que continha óleo perfumado, nardo genuíno, muito caro. Ela rompeu o frasco de alabastro e começou a derramá-lo sobre a cabeça dele.

  1. Ou: “recostado à mesa”.

4 Em vista disso, alguns disseram uns aos outros, indignados: “Por que se desperdiçou esse óleo perfumado?

5 Pois esse óleo perfumado poderia ter sido vendido por mais de 300 denários,*1 e o dinheiro dado aos pobres!” E ficaram muito aborrecidos com ela.*2

  1. Veja Ap. B14.

  2. Ou: “E falaram com ela de modo irritado; E a repreenderam.”

6 Mas Jesus disse: “Deixem-na em paz. Por que vocês estão perturbando a mulher? Ela me fez uma coisa muito boa.

7 Porque vocês sempre têm consigo os pobres e podem lhes fazer o bem sempre que quiserem, mas nem sempre terão a mim.

8 Ela fez o que pôde; ela se antecipou em derramar óleo perfumado sobre o meu corpo, em vista do meu sepultamento.

9 Eu lhes digo a verdade: Onde quer que se preguem as boas novas em todo o mundo, o que essa mulher fez também será relatado, em memória dela.”

10 E Judas Iscariotes, um dos Doze, se dirigiu aos principais sacerdotes a fim de entregá-lo*1 a eles.

  1. Ou: “traí-lo”.

11 Quando ouviram isso, se alegraram e prometeram lhe dar dinheiro de prata. De modo que ele começou a procurar uma oportunidade para traí-lo.

12 Então, no primeiro dia da Festividade dos Pães sem Fermento, quando costumavam oferecer o sacrifício pascoal, seus discípulos lhe perguntaram: “Onde o senhor quer que façamos os preparativos para tomar a refeição pascoal?”

13 Em vista disso, ele enviou dois dos seus discípulos e lhes disse: “Vão à cidade, e um homem levando um jarro de barro com água encontrará vocês. Sigam-no,

14 e onde quer que ele entrar, digam ao dono da casa: ‘O Instrutor diz: “Onde está a sala dos hóspedes, em que eu possa tomar a refeição pascoal com os meus discípulos?”’

15 E ele lhes mostrará uma grande sala no andar de cima, mobiliada e pronta. Façam ali os preparativos para nós.”

16 Então os discípulos foram, entraram na cidade e encontraram tudo assim como ele tinha lhes dito, e prepararam a refeição pascoal.

17 Depois de anoitecer, ele chegou com os Doze.

18 E, enquanto estavam recostados à mesa e comiam, Jesus disse: “Digo-lhes a verdade: Um de vocês, que está comendo comigo, me trairá.”

19 Eles começaram a ficar tristes, e lhe perguntavam um por um: “Por acaso sou eu?”

20 Ele lhes disse: “É um dos Doze, aquele que põe comigo a mão na tigela.

21 Pois o Filho do Homem vai embora, assim como está escrito a respeito dele, mas ai daquele que trai o Filho do Homem! Seria melhor para esse homem que não tivesse nascido.”

22 E, ao continuarem a comer, pegou um pão, proferiu uma bênção, partiu-o e deu a eles, dizendo: “Peguem; isto representa o meu corpo.”

23 E, pegando um cálice, ele deu graças, deu-o a eles, e todos beberam dele.

24 E lhes disse: “Isto representa o meu ‘sangue do pacto’, que será derramado em benefício de muitos.

25 Eu lhes digo a verdade: Eu de modo algum beberei mais do produto da videira até aquele dia em que beberei vinho novo, no Reino de Deus.”

26 Por fim, depois de cantarem louvores,*1 saíram para o monte das Oliveiras.

  1. Ou: “hinos; salmos”.

27 E Jesus lhes disse: “Todos vocês tropeçarão, pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas serão espalhadas.’

28 Mas, depois que eu for levantado, irei adiante de vocês para a Galileia.”

29 No entanto, Pedro lhe disse: “Mesmo que todos os outros tropecem, eu não tropeçarei.”

30 Em vista disso, Jesus lhe disse: “Digo-lhe a verdade: Hoje, sim, ainda esta noite, antes de o galo cantar duas vezes, você me negará três vezes.”

31 Mas ele insistiu: “Mesmo que eu tenha de morrer com o senhor, de modo algum o negarei.” E todos os outros começaram a dizer a mesma coisa.

32 Assim, chegaram a um lugar chamado Getsêmani, e ele disse aos seus discípulos: “Sentem-se aqui enquanto eu oro.”

33 E ele levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar profundamente angustiado*1 e muito aflito.

  1. Ou: “ficar atônito”.

34 Disse-lhes: “Estou*1 profundamente triste, a ponto de morrer. Fiquem aqui e mantenham-se vigilantes.”

  1. Ou: “Minha alma está”.

35 E, indo um pouco mais adiante, ele se prostrou no chão e começou a orar para que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.

36 E disse: “Aba,*1 Pai, todas as coisas são possíveis para ti; afasta de mim este cálice. Contudo, não o que eu quero, mas o que tu queres.”

  1. Palavra hebraica ou aramaica que significa “ó Pai!”

37 Ele voltou e os encontrou dormindo, e disse a Pedro: “Simão, você está dormindo? Não teve força para se manter vigilante por uma hora?

38 Mantenham-se vigilantes e orem continuamente, para que não caiam em tentação. Naturalmente, o espírito está disposto,*1 mas a carne é fraca.”

  1. Ou: “pronto”.

39 Ele se afastou de novo e orou, dizendo a mesma coisa.

40 E voltou novamente e os encontrou dormindo, pois estavam com os olhos pesados, e por isso não sabiam o que lhe responder.

41 Voltou então pela terceira vez e lhes disse: “Numa ocasião como esta, vocês estão dormindo e descansando! Basta! Chegou a hora! O Filho do Homem está sendo entregue*1 às mãos de pecadores.

  1. Ou: “traído”.

42 Levantem-se, vamos embora. Vejam! Aquele que me trai está chegando.”

43 E imediatamente, enquanto ele ainda falava, chegou Judas, um dos Doze, e com ele uma multidão com espadas e bastões. Eles tinham sido enviados pelos principais sacerdotes, pelos escribas e pelos anciãos.

44 O traidor havia combinado com eles um sinal, dizendo: “Aquele que eu beijar é ele; prendam-no e levem-no embora sob vigilância.”

45 Então se dirigiu diretamente a ele, se aproximou e disse: “Rabi!” e o beijou ternamente.

46 Assim, eles o agarraram e prenderam.

47 No entanto, um dos que estavam presentes puxou a espada e atacou o escravo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha.

48 Então Jesus lhes disse: “Vocês vieram me prender com espadas e bastões, como se eu fosse um bandido?

49 Dia após dia eu estava com vocês no templo, ensinando; contudo, vocês não me prenderam. Porém, isso é para cumprir as Escrituras.”

50 E todos o abandonaram e fugiram.

51 No entanto um jovem, usando apenas uma roupa de linho fino por cima do corpo nu, começou a segui-lo de perto, e tentaram prendê-lo,

52 mas ele largou a roupa de linho e escapou nu.*1

  1. Ou: “pouco vestido; apenas com uma túnica”.

53 Levaram então Jesus ao sumo sacerdote; e todos os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas se reuniram.

54 Mas Pedro, de uma boa distância, o seguiu até o pátio do sumo sacerdote; e ficou sentado junto com os criados se aquecendo diante de um fogo.

55 Os principais sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando testemunhos contra Jesus, para entregá-lo à morte, mas não achavam nenhum.

56 Na verdade, muitos davam testemunho falso contra ele, mas os seus testemunhos não estavam de acordo.

57 Também alguns se levantavam e davam testemunho falso contra ele, dizendo:

58 “Nós o ouvimos dizer: ‘Derrubarei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos humanas.’”

59 Mas mesmo nesse ponto seu testemunho não estava de acordo.

60 Então o sumo sacerdote se levantou no meio deles e perguntou a Jesus: “Você não diz nada em resposta? O que diz do testemunho destes homens contra você?”

61 Mas ele continuou calado e não deu nenhuma resposta. O sumo sacerdote voltou a interrogá-lo, dizendo: “Você é o Cristo, o Filho do Bendito?”

62 Jesus respondeu então: “Sou; e vocês verão o Filho do Homem sentado à direita de poder e vindo com as nuvens do céu.”

63 Em vista disso, o sumo sacerdote rasgou suas vestes e disse: “Que necessidade temos ainda de testemunhas?

64 Vocês ouviram a blasfêmia. Qual é a sua decisão?”*1 Todos decidiram que ele merecia a morte.

  1. Ou: “O que vocês acham?”

65 E alguns começaram a cuspir nele, a cobrir-lhe o rosto, a esmurrá-lo e a dizer-lhe: “Profetize!” E, depois de esbofeteá-lo, os oficiais de justiça o levaram.

66 Então, enquanto Pedro estava embaixo, no pátio, chegou uma das servas do sumo sacerdote.

67 Vendo Pedro se aquecer, olhou bem para ele e disse: “Você também estava com o Nazareno, esse Jesus.”

68 Mas ele negou, dizendo: “Não o conheço nem sei do que você está falando”, e saiu para a entrada do pátio.*1

  1. Ou: “vestíbulo”.

69 A serva o viu ali e novamente começou a dizer aos presentes: “Este é um deles.”

70 Mais uma vez ele negou isso. E, pouco depois, os que estavam presentes começaram a dizer a Pedro de novo: “Certamente você é um deles, pois, de fato, você é galileu.”

71 Mas ele começou a amaldiçoar a si mesmo e a jurar: “Eu não conheço esse homem de quem vocês estão falando!”

72 Imediatamente um galo cantou pela segunda vez, e Pedro se lembrou do que Jesus tinha lhe dito: “Antes de o galo cantar duas vezes, você me negará três vezes.” E, muito abalado, ele começou a chorar.